quinta-feira, 31 de maio de 2012

A Canção Dos Homens


(Contadores de Histórias)
 
A CANÇÃO DOS HOMENS

Quando uma mulher de certa tribo da África sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres, e juntas rezam e meditam até que aparece “A canção da criança”.

Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam sua canção. Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe canta a sua canção.
... Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta.
Quando chega o momento de seu casamento, a pessoa escuta sua canção.

Finalmente, quando a sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, como em seu nascimento, cantam sua canção para acompanhá-la na “viagem”.

Nesta tribo da África, tem outra ocasião na qual os homens cantam a canção.
Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, levam-no até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor.
Então lhe cantam “sua canção.”

A tribo reconhece que a correção para as condutas antisociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade. Quando reconhecemos nossa própria canção, já não temos desejo nem necessidade de prejudicar ninguém.

Teus amigos conhecem a “tua canção”. E a cantam quando a esqueces. Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes, ou as escuras imagens que mostras aos demais. Eles recordam tua beleza quanto te sentes feio, tua totalidade quando estás quebrado, tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso.

Tolba Phanem
Poetisa Africana

Roberto Machado
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terça-feira, 22 de maio de 2012

O ACIDENTE



JESUS JAMAIS ME ABANDONA

Foi terrível, caímos com a moto e dores acima da minha capacidade de descrição me acometeram. Meu esposo também, com dores. Estávamos com capacetes. Um irresponsável que faz do carro uma arma mortal, nos fechou e a moto foi ao chão conosco; batemos a região lombar; tive ( tenho) uma fissura - pequena fratura - no sacro um osso que fica ao longo da coluna. Rui ( meu marido) sofre de dores até hoje. O acidente foi à noite do dia 11/05. Somente hoje tive condição de atualizar o Blog, ainda estou com muitas dores, foram dez dias no hospital, porém foi (é) DEUS quem operou ( opera) vários milagres:

* Estou com 5 meses de gravidez, assim que percebi que a queda seria inevitável, tratei de colocar o meu corpo de modo que a barriga não fosse atingida: meu bebezão está vivissímo.
* Não tivemos fraturas mais graves: quando caímos, a pancada em condições naturais nos prejudicaria terrivelmente e poderíamos ficar paraplégicos, mas não somos apenas seres naturais - eu e Rui - somos seres espirituais, cremos em DEUS com toda a nossa força...
* Somos evangélicos e uma música de Roberto Carlos foi o nosso lema na emergência do hospital: " ... Você é meu escudo, você pra mim é tudo, minha fé me leva até você..." Cantávamos esta música, e esse trecho foi o mais alto nos referindo a JESUS, pois a canção de Roberto se refere totalmente a Ele: Jesus, O Cristo.

Escreverei depois mais alguma coisa e postarei imagens do acidente, talvez.

domingo, 6 de maio de 2012

Eu acredito em Deus - edelweiss from the sound of music


Essa frase foi escrita na parede de um sótão utilizado por judeus que se escondiam dos nazistas:
"Eu acredito no sol,mesmo quando não ilumina.Eu acredito no amor,mesmo quando não o sinto.Eu acredito em Deus,mesmo quando permanece calado ”


" E é no início do ano de 1939 que começa a nossa história. Vivíamos na Áustria, um país coberto por flores, eu, meus pais e meu irmão. Éramos a imagem da família feliz e unida e entre nós reinava a certeza que nada na vida conseguiria nos separar, mas não foi bem assim. Meu pai era um cirurgião de renome, minha mãe professora, daquelas dedicadas, que lecionava por puro amor aos seus alunos. Eu tinha então dez anos e meu irmão quinze. Nossos dias e nossas noites eram muito alegres. Meus pais tinham o hábito de nos levarem até a varanda de nossa casa após o jantar para vermos as estrelas e enquanto fazíamos isso, cada um ia contando as coisas boas que haviam acontecido no seu dia. Não que não pudéssemos contar as ruins, mas é que naquela época das nossas vidas só aconteciam coisas boas. Não me recordo de algum dia ter visto um deles triste. Depois que contávamos tudo e que admirávamos bastante as estrelas, cantávamos ao som do violão do meu irmão. A primeira música sempre era Edelweiss, linda, sonora, trazia paz aos nossos corações. Ah! como era bom cantar Edelweiss junto da minha família e debaixo das estrelas, eu tinha a sensação que poderia fazer aquilo a vida toda sem jamais enjoar. Mas, enfim, o tempo foi passando e veio a guerra e só se ouvia falar em Hitler e eu não entendia bem que homem era aquele, nem o que ele representava e então eu continuava todas as noites olhando para as estrelas junto das pessoas que eu mais amava. Um dia, um terrível dia de dezembro que jamais esquecerei, tivemos que partir. Me lembro que meu pai veio até nós e nos disse delicadamente: "Vamos ter que passar algum tempo sem ver as estrelas no céu" Fomos covardemente arrancados de nossa casa por soldados, fomos levados a um local que viria a ser a nossa nova casa, chamava-se campo de concentração. Lá, não fomos felizes e lá eu pude ver pela primeira vez o semblante da minha família triste, nem pareciam aquelas pessoas adoráveis que conviviam comigo naquela varanda. Todas as noites eu dizia à minha mãe que queria ver as estrelas, cantar sob elas e ela me respondia com lágrimas nos olhos que durante um pequeno período a única estrela que eu poderia ver era a que eu trazia pendura no pescoço, de seis pontas, tão linda quanto as que brilhavam no céu. Acontece que minha mãe se enganou, não foi um período tão curto assim que ficamos por lá e com o tempo foram me levando muito mais coisas além das estrelas do céu, foram me levando tudo. Levaram-me a estrela do pescoço também, levaram meus pais para um banho do qual eles nunca mais voltaram, levaram meu irmão dentro de um trem que eu nunca soube para onde foi, levaram o meu sorriso, a minha alegria de viver, levaram a minha infância, só não levaram a minha voz e por isso, todas as noites ao deitar, eu fechava os olhos e cantava baixinho Edelweiss e aí eu podia ver as estrelas, o meu pai, a minha mãe, o meu irmão, a varanda da nossa casa.... A minha imaginação eles também não conseguiram levar... Hoje eu tenho a absoluta certeza que realmente eu nunca teria me cansado de cantar na varanda com a minha família, que eu, de forma alguma, abandonaria o meu país, que minha mãe foi a pessoa mais doce que eu conheci, que meu pai foi a imagem da dignidade, que meu irmão foi o meu grande companheiro e que tocava violão como ninguém. Hoje eu sei a verdadeira razão das lágrimas de meus pais ao se despedirem de mim apenas porque iriam tomar um banho e o motivo do abraço tão apertado que meu irmão me deu naquela tarde em que foi colocado dentro daquele trem. Hoje eu sei de tantas coisas que eu não queria saber, sei que os homens podem agir como animais ferozes, sei que raças, credos, religiões, são apenas subterfúgios que o homem usa para deixar o leão que existe dentro deles despertar. Hoje eu sei que o tempo é poderoso, mas não tão poderoso a ponto de apagar qualquer coisa que tenha sido muito boa ou muito ruim. Hoje eu sei finalmente, que a saudade é o campo de concentração do coração. Hoje eu sei que o maior tesouro que existe na vida é a paz. Shalom! Dedicado a todos os judeus que tiveram as suas vidas exterminadas durante Holocausto e às suas famílias que sofrem por essas perdas até hoje." (Silvana Duboc)

sábado, 5 de maio de 2012

Premiação muito justa

E o céu enviou alguém...

(Imagem e texto do Blog Eu Estou Aki  - de Elsa Siqueira)
Mãos de mãe
"Noite após noite, a minha mãe vinha aconchegar-me, mesmo quando eu já deixara há muito de ser criança. Tal como outrora, inclinava-se sobre mim, afastava o meu cabelo comprido e beijava-me a testa.

Não me lembro de quando o gesto das suas mãos a afastar o meu cabelo começou a irritar-me. Mas aborrecia-me deveras que ela passasse as mãos ásperas e gastas pelo trabalho sobre a minha pele macia. Uma noite gritei, zangada:

—Não faças mais isso! As tuas mãos são muito ásperas!

A minha mãe não disse nada, mas nunca mais aquele gesto de amor rematou os meus dias. Continuei acordada muito tempo depois de ter proferido aquelas palavras, que agora me perseguiam. Contudo, o orgulho abafou a consciência e não consegui dizer-lhe o quanto lamentava tê-las proferido.

Os anos foram passando, sem que a memória daquela noite se apagasse. O incidente, que ora parecia recente ora se afigurava longínquo, nunca me saiu da mente e eu comecei a ter saudades daquele gesto que reprimira.

Hoje a minha mãe já ultrapassou os setenta anos e as mãos que outrora achei tão ásperas ainda trabalham para mim e para os meus. É ela que tem sido a nossa médica, ao procurar no armário o remédio para aliviar uma dor de estômago ou de um joelho ferido dos mais novos. É ela que faz o melhor frango frito do mundo, que tira as nódoas das calças de ganga como eu nunca consegui, que ainda insiste em servir gelado a qualquer hora do dia ou da noite. Ao longo dos anos, as mãos da minha mãe trabalharam durante horas incontáveis, muito antes de haver máquinas de lavar e tecidos resistentes que não engelham.

Agora, os meus filhos já são crescidos e independentes e o meu pai já faleceu. Em ocasiões especiais, vou passar a noite com ela.

E foi assim que, numa véspera do Dia de Ação de Graças, quando eu começava a adormecer no quarto da minha infância, senti uma mão conhecida, que passava, hesitante, pelo meu rosto, para afastar o cabelo da minha testa. Quando um beijo, sempre igualmente gentil, pousou no meu sobrolho, recordei, pela milésima vez, a noite em que a minha voz jovem e ríspida soara indignada:

—Não faças mais isso. As tuas mãos são muito ásperas!

Então, segurando a mão da minha mãe, disse-lhe o quanto lamentava aquela noite. Pensei que, como eu, ela se lembrasse... Mas a minha mãe não sabia do que eu estava a falar, pois há muito que tinha esquecido e perdoado.

Naquela noite, adormeci profundamente grata pela presença da minha mãe e pelo carinho das suas mãos.
E a culpa que eu tinha carregado durante tantos anos desvaneceu-se."


Louisa Godissart McQuillen

Jack Canfield, Mark Victor Hansen

A Second Chicken Soup for the Woman’s Soul

HCIbooks, Deerfield Beach, 1998

(Tradução e adaptação)

"No momento em que uma criança nasce, a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe é algo absolutamente novo."

A CASA DA FARTURA: " FARTA TUDO"